quarta-feira, 7 de dezembro de 2011


http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/22887/000678749.pdf?sequence=1

MUSSOI, Eunice, FLORES, Maria Lucia; BEHA, Patrícia. Comunidades Virtuais: um novo espaço de Aprendizagem. Disponível em: http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/22887/000678749.pdf?sequence=1. Acessado em: 30 nov. 2011.

A discussão sobre o tema “redes sociais” implica na discussão sobre comunidades virtuais e a cibercultura. O que está em jogo? Um novo momento para reaprender a lidar, embora não sendo tão novo assim, com a realidade virtual? Em que esta influencia o nosso cotidiano e a nossa cultura? Como aprender a partir dessa nova realidade que tem nas novas tecnologias,  na internet e nas mídias digitais a possibilidade de formação de novos vínculos sociais, pautado na desterritorialização e no tempo virtual. Está ai uma nova possibilidade de cultura fundada no ciberespaço – território ou cibercultura – cultura.  
O artigo “Comunidades Virtuais: um novo espaço de Aprendizagem”, de Eunice Mussoi, Maria Lucia P. Flores e Patricia Beha, explicita algumas questões sobre esse universo virtual: as comunidades e a aprendizagem. Este trabalho, construído coletivamente, resultou de proposta da oficina temática sobre Comunidades Virtuais de Aprendizagem, realizada pelos estudantes e professores do Programa de Pós-Graduação da UFRGS, especificamente na disciplina de Oficinas Virtuais de Aprendizagem do curso de doutorado em Informática na Educação.  
O texto mostra que desde o momento que homens e mulheres reorganizaram-se socialmente, deixando uma vida nômade e se fixando no espaço, a vida comunitária viria a se consolidar. Fica explicito que viver em comunidade fortaleceria os vínculos para garantir a sobrevivência e, processualmente, foram estabelecendo os valores culturais que demarcaram os tempos históricos dos agrupamentos humanos.
Focado esse aspecto, as autoras recortam o período em que as tecnologias passam a influenciar a vida social e cultural. Principalmente na década de 80 do século XX, considerado momento em que se dissemina o computador pessoal, a internet e as ferramentas de comunicação e interação. Segundo as autoras,  as tecnologias facilitaram a constituição de grupos de sujeitos interligados por vínculos não formalizados.
O texto aborda os conceitos de comunidades virtuais na perspectiva da aprendizagem. No entanto, duas questões problematizam o tema: será a comunidade virtual de aprendizagem um novo espaço e aprendizagem frente à sala de aula tradicional?
O artigo divide-se em subtemas, a saber: Comunidades Virtuais; O processo de aprendizagem; A comunidade virtual na perspectiva da aprendizagem; e Aplicação das comunidades virtuais de aprendizagem. 
As autoras fundamentam-se em Howard Rheingold, o primeiro autor, em 1993, a difundir o conceito de comunidade virtual. O pesquisador norte-americano, Murray Turoff, idealizador sistema de intercâmbio de informação eletrônica, contribuiu para situar o surgimento de comunidades on-line. Pierre Lévy, em Cibercultura, sinaliza a criação de comunidades virtuais como um dos três princípios que orientam o crescimento do ciberespaço, complementado por outros dois que são a interconexão e a inteligência coletiva.
Para retratar sobre o processo de aprendizagem, o estudo de Fernando Becker (1993), “Epistemologia do professor: cotidiano da escola”, ele sinaliza que o sujeito adquire conhecimento, desenvolve competência e muda de comportamento com o processo de ensino e aprendizagem. Este processo baseia-se em metodologia, desenvolvidas em diferentes concepções epistemológicas.
A abordagem da comunidade virtual sob a perspectiva da aprendizagem, um mixe de autores são citados. Entre os quais Lévy que aborda a aprendizagem cooperativa, como parte da inteligência coletiva no domínio educativo. Passarelli (2003) situa a importância as comunidades virtuais, sob o suporte das mídias digitais, no surgimento de novas possibilidades no processo ensino aprendizagem.  Palloff e Pratt (1999) lista importantes especificidades das comunidades virtuais de aprendizagem e o modelo de vínculos estabelecidos. 
No ultimo tópico do artigo, Palloff e Pratt são retomados. Em outra obra intitulada “O aluno virtual (2004)”, é explanada um conjunto de técnicas instrucionais para que o professor e/ou tutor incentivem o estudante virtual assumir a responsabilidade na formação das comunidades de aprendizagem on-line. 
A leitura deste artigo fortalece a importância dessa nova possibilidade de aprendizagem. Ajuda na assimilação e problematização de novos conceitos. Por outro lado, as obras e artigos citados são recentes e nos localizam na análise da EAD como uma possibilidade de formação, nesse caso dos trabalhadores em saúde, a partir das comunidades de aprendizagem on-line.
Adroaldo Belens

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